REFLEXÃO SOBRE O MEDO – Por: Rex Thomas
O mundo e o ser humano estão vivendo momentos de medo. Medo de ser, medo de viver, medo de morrer, medo da solidão, medo da violência, medo de si e medo dos outros. Muitos estão sofrendo e quase paralisados pelo medo do passado, o medo do presente e, principalmente, o medo do futuro.
Sabemos que de fato existem somente dois tipos de emoções principais na vida e um ser humano: amor e medo. Todos os adjetivos que descrevem as emoções como ansiedade, raiva, alegria, paz, alívio, frustração, angústia etc, são outras maneiras de descrever o amor e o medo.
Buda diz que “todos os medos e todos os sofrimentos infinitos vêm da mente”, e eu sempre acredito que “ nosso melhor amigo e o pior amigo é a nossa própria mente”. Viver com medo é como viver com seu pior inimigo, e da mesma forma, viver em amor, é como viver com o seu melhor amigo. A vida pode ser melhor ou pior dependendo da forma que estamos percebendo os eventos em nossa vida. Muitos estão sofrendo com o medo do passado, do presente e do futuro, sendo que uma mudança real da percepção e da compreensão dos eventos da vida pode ajudar a transcender os seus medos.
Vamos primeiramente entender a origem do medo. O ser humano é essencialmente emoção. Tente explicar ou definir a essência da vida de um ser humano, e você estará definindo a essência da palavra emoção. Nós somos 100% emoção. Podemos dizer então que tudo que fazemos na vida fazemos pelo motivo principal de sentir certas emoções. Podemos dizer então que tudo que fazemos na vida fazemos pelo motivo principal de sentir certas emoções ou mudar certos sentimentos.
O sentimento de medo já está registrado na memória celular de todos os seres humanos, vindo geneticamente dos nossos antepassados. A partir do nosso nascimento, começamos a vivenciar eventos que desencadeiam o sentimento de medo já enraizado em nós como memória celular. Depois começamos a somar os medos dos nossos pais, dos parentes, da sociedade, amigos e parceiros e também o medo coletivo do mundo, criando assim uma massa crítica do medo em nós. Ou seja, compartilhamos com todos os medos do mundo.
Então vamos desmistificar o medo para começar a entendê-lo e a transcendê-lo. Precisamos saber que sentimos o medo do passado e do futuro APENAS NO PRESENTE. Sendo assim, devemos focar em transcender os medos sempre no momento presente. Para começar a dissipar os medos que sentimos do passado e a lembrança da dor emocional e física de eventos passados. O medo que sentimos no presente é uma reação fisiológica e emocional para evitar dores emocionais e físicas, baseados na lembrança dos eventos passados e possíveis eventos futuros, como por exemplo: DOR DA PERDA, MORTE, FRACASSO DOENÇA ETC...
Como todos os medos acontecem apenas no momento presente, a nossa ação para transcender o medo também deve ser no momento presente. Precisamos substituir o sentimento de medo e da dor pelo sentimento do respeito. Respeito é um ato de amor e amor é a única energia que pode dissipar a energia do medo. Não fuja das coisas ou das pessoas que você teme. Procure chegar com respeito e amor, olhe bem de perto com a intenção de compreender aquilo que você teme, e você poderá se surpreender com a descoberta de que realmente não há nada a temer, que aquilo que você de fato temeu, não representa nenhum tipo de perigo para você. Pense nisso: “Você não tem medo do fantasma, você tem medo do que o fantasma SUPOSTAMENTE pode fazer com você”.
É possível que você descubra que aquilo que você teme eram os medos dos outros que foram transferidos para você, e que não é algo que representa perigo para você. O mundo está cheio de medo compartilhado, e na maioria dos casos, quase ninguém sabe de onde vem e porque apareceram tantos medos, como se ele fosse um vírus que infestou o mundo. A meu ver, o aparecimento de tantos medos em nosso mundo indica a falta de amor.
Muitas pessoas tem um relacionamento péssimo com o Divino porque desde criança foram ensinadas a temer a Deus ao invés de amá-lo, e consequentemente passaram a vida toda vibrando sempre na energia do medo ao invés do amor. É simplemtente impossível temer algo e amá-lo ao mesmo tempo.
Desde a infância, a frase que eu mais escuto em minha volta, de parentes, amigos, na rua, no rádio, enfim, em todo lugar, é “estou com medo”. Raramente escuto pessoas expressando a frase: “Eu estou amando” ou “eu amo”. Parece que sempre estamos com medo de tudo e de todos.
É possível medir o medo? Eu diria que sim, já que o medo é a emoção oposta ao amor, como o dia e a noite. Sabemos que é impossível estar na escuridão quando o sol começa a brilhar, assim como é impossível sentir medo de alguém ou algo e amá-lo ao mesmo tempo. Portanto, as pessoas que sentem muito medo precisam começar a buscar a única energia emocional que dissipa e equilibra o medo: a energia emocional do amor. Principalmente de amor próprio!
Muitos já me perguntaram: “Qual é o propósito do medo?”. A resposta é que o medo existe para nos guiar e ensinar. O medo está a serviço do amor. O medo é o mecanismo cósmico que nos alerta quando estamos nos distanciando do amor. Tudo na vida começa a ficar mais escuro e mais confuso quando você se distancia da luz. Quando você começa a se distanciar do amor, você se aproxima do medo. O medo gera sofrimento e o sofrimento é a voz da sabedoria, te chamando de volta para a luz.
A razão para tanto medo no mundo é que muitos esqueceram quem são e o que são. A experiência de ser humano está sendo difícil para todos, porque de fato, não somos seres humanos. Somos seres essencialmente espirituais, e a experiência de ser temporariamente humano é estranha e confusa, como se fosse um imenso drama cósmico, cujas regras são desconhecidas. E sempre temos medo do desconhecido.
Como escrito anteriormente, sempre achamos que temos medo do fantasma, mas na verdade nosso real medo é do que o fantasma pode fazer conosco. O instinto de auto preservação nos coloca sempre na defensiva. Estamos sempre tentando nos proteger da dor física e emocional. Sempre antecipando que seremos magoados, prejudicados ou machucados, e reativamente fazendo o mesmo. Isto é o medo.
O medo, como todas as emoções em vida, tem exatamente o valor emocional que você atribui a ele. Então, comece a dar mais valor emocional ao amor e menos valor emocional ao medo! Uma vez entendendo que somos seres essencialmente espirituais, ou seja, que SOMOS ETERNOS, IMORTAIS, INDESTRUÍTVEIS, podemos transcender o medo, não nos permitindo mais sermos magoados, prejudicados ou machucados, já que na nossa essência somos AMOR. A pergunta que devemos nos fazer em momentos de medo é: “O que o amor faria nesta situação?” A partir daí a sua resposta interna deve ser a sua AÇÃO EXTERNA. Lembre-se de que a sua vida não setrata do que está acontecendo com você ou como está se sentindo, mas a sua vida se trata DE O QUE ESTÁ FAZENDO COM O QUE ESTÁ SENTINDO EM QUALQUER SITUAÇÃO!
Muitas pessoas estão viciadas na emoção do medo e do sofrimento. Elas já leram, estudaram e fizeram muitos cursos, terapias e vivências, mas parece que nada resolve. Existem motivos para isto e um dos principais é o apego emocional e falta de compreensão do verdadeiro sentido da vida. O meu conselho é que devemos sempre ser, viver e agir como um GUARDIÃO, a invés de ser, viver e agir como dono de qualquer coisa nesta vida.
Convido você para respirar fundo, ler com atenção, pensar, sentir e digerir estas próximas palavras: Comece hoje a tratar tudo que você tem como presentes para serem agradecidos. Não se orgulhe dos seus bens materiais e posição social, porque eles na verdade não lhe pertence. Veja, tudo que é físico, é temporário, e tudo que espírito é permanente. Seu único pertence verdadeiro e permanente é o seu espírito, vidas após vidas, para sempre seu! A sua existência nesse plano é temporária e imensamente significativa, e uma das inúmeras maneiras para tornar a sua existência física mais feliz é se ver, não como dono dos seus bens materiais, mas como um guardião.
A atitude de um guardião é de serviço, humildade, simplicidade e cuidado, já a atitude de um dono é de possessividade, MEDO e orgulho.
O guardião está sempre pronto para desapegar-se dos pertences em amor e gratidão pela oportunidade de servir. Um dono se agarra aos seus pertences por orgulho, e o medo de perder, essa é a ilusão da segurança. Todos nós viemos para esse plano sem bens materiais, portanto, se desapegue dos valores antigos e crie espaço para o novo.
Quando você começa a pensar e agir como um guardião, você começará a vivenciar e compartilhar compaixão, generosidade e um estado de liberdade física, espiritual e mental, necessários para focar na sua única, verdadeira e permanente possessão: o seu espírito, vidas após vidas, para sempre seu.
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